quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

'Pensamento Desnecessário #39

Deve existir uma razão para que as incertezas sejam mais constantes na vida a cada momento que passa.Isso não é ruim, ao contrário, como seria tediosa a vida se tivéssemos certeza de tudo... é muito mais divertido explorar os caminhos desconhecidos que a vida nos proporciona, sentir o toque da chuva, a energia do sol, a magia do luar (meu preferido)...
Nunca nos prendendo a nada, inclusive às incertezas, só assim é possível ter uma chance mínima de aproveitar um pouco.

'' Certezas o vento leva, só dúvidas continuam de pé.''
-Paulo Leminski. 

Distração ♫'

Tenho duas músicas em mente pra esse post e como nada me obriga a escolher, colocarei as duas.
A primeira é do Pai do Rock nacional, Raul com minha letra preferida dele. Degustem, aspirantes ao anarquismo (:

A segunda é a letra que mais me identifico da Cassia Eller, com letra do Renato Russo.

'Pensamento Desnecessário #38

No escuro as palavras não existem, não tem porquê existir, as palavras não precisam. Sendo nem sim, nem não, nem certos, nem sabedorias, apenas abandono, irreflexão - um inominável. Mesmo o divertimento numa fuga, a mímica do coração que escondido agora o que se abre feito enfim um ser. Que nunca seja tarde e isso ao que se dá, a quem que nunca seja tarde assim mesmo a cada vez aquele íntimo olhar, olhos fechados, este sem rumo, uma vagueza boa, este sem jeito, este sem ter mesmo que ser. A cada vez esta primeira vez. Que nunca seja nada nem seja apenas si de tanto a mais. A minha consciência nua, absurda, crua, primitiva, inventa sorrisos únicos, inventa melodias, inventa exaustões e estrelas, e a noite acorda, e a noite faz-se ver. As luzes morrem, mesmo aquelas que se contam em bilhões de anos , em bilhões de anos luz que mentem, que falsificam, versões luzem, eternamente tremeluzem, enfraquecem-se, fingem existir e nós fingimos igualmente acreditar que nunca morrem os azuis que são como se fossem nossas sensações desimpedidas quando se abre aquela porta, quando se deixa escorrer, entrar. Se a noite acaba, a noite não acaba nunca se você esta aqui, se estamos, se não está, onde está. Onde está ? é só uma pegunta ingênua, inapelável, tosca, inconcebível mesmo. Na escuridão as palavras movem-se sem olhos, tateiam superfícies e desprezam a necessidade do acerto. (...)
Luci Collin.

'Pensamento Desnecessário #37

Ao longo dessas noites quentes  de primavera me pego a pensar sobre o tempo, sobre a falta dele e se é que ele um dia existia em algum momento. Entendo melhor quando Oscar Wilde dizia querer amigos que fossem loucos e santos, crianças e velhos porém nunca adultos, e fico presumindo que não há realmente mais tempo pra ser adulto. Pressa, ambição, orgulho, mágoas... não temos porquê ser assim, buscar uma normalidade ilusória e estérea; livre, louca, estranha, sou e me alegro a ser assim. Sou uma eterna metamorfose com olhar questionador e me sinto realmente bem sendo o oposto do comum, a imprevisível, a que leva dúvidas e angústias mas depois oferece colo. Estou no fim de um ciclo, deixando pra trás velhos hábitos, opiniões, manias, pensamentos, visões...

Quero o novo, quero o melhor, quero o que essa vida sem sentido pode me oferecer, sendo nietzschiana não negando meus instintos; sendo sartriana, assumindo a responsabilidade dos meus atos; sendo eu, humana ou marciana; eu, amontoado de átomos; eu, só eu.

'Pensamento Desnecessário #36

''Passava das três horas da madrugada fria com céu extremamente limpo e vazio. Todos haviam desaparecido de minha limitada visão, que só observava resquícios de vinho e algumas frutas da estação como morangos e uvas. Aos poucos poucos me levantei, recobrando lentamente a memória e a consciência, me dirigi até um longo corredor e avistei um espelho oval com moldura antiga, dourada e pouco empoeirada onde pude notar que minha maquiagem normalmente exagerada já não existia. Foi quando percebi o reflexo de um quadro posicionado atrás de mim, não imagino quem o pintou mas lembrava algo de origem Renascentista;me virei rápida e impulsiva como se ele houvesse pronunciado meu nome... Dentre várias faces que nele continham, em particular um me chamou a ligeira impressão de reconhecimento: uma moça de vestido preto sentada ao fundo da imagem com olhar sombrio e talvez perdido. Foi quando imaginei que por ventura poderia ser uma de minhas mil almas, perdida tanto quanto eu, mas em outra época, outra dimensão... Por mais vulnerável que estivesse mantinha a pose fria, porém, não amenizava a imoralidade de seu rosto.''

'Pensamento Desnecessário #35

♦Como a beleza é relativa!
De todas as coisas, acho que a ideia do 'belo' é a mais inconclusiva. É talvez a opinião mais íntima e única que possuímos, e cada um de nós acredita plenamente em sua 'verdade' sobre isso. Platão, por exemplo, acreditava que tudo que achamos bonito na terra é uma vaga lembrança do que a nossa alma contemplou no céu. é uma boa teoria, mas não me convence.
Não acho que a beleza se limita apenas à parte visual, pra mim ela é 'algo mais', esta em pequenos detalhes.. como um olhar, um sorriso, uma forma de falar e se expressar, um jeito de ajeitar os cabelos. Não serei hipócrita, claro que a aparência conta, mas além de também ser adaptável, não considero essencial. O que torna uma pessoa bonita ao meu ver, é uma questão de atitude e personalidade; para mim, ela se reflete em um modo de pensar, e até detalhes como uma 'pinta' ou cicatriz que me remete algo mais misterioso...
Como disse no começo, cada um de nós tem sua própria visão sobre isso e como todos vou sempre tê-la como verdade, e provavelmente não se encaixará mais cedo em mais ninguém, pois é minha verdade. Portanto não siga nem consinta com verdades alheias, conheça a si próprio e crie a sua verdade, defenda-a e acima de tudo, não mude amenos que essa teoria não lhe seja real ou perca sua essência.