quarta-feira, 30 de novembro de 2011

'Pensamento Desnecessário #33

Mais uma vez me encontro martirizada pela mágoa e pela dor tentando incessantemente mascarar essa face com indiferença. Controlando-me para não perder a razão e o orgulho, me distraio com a madrugada, a lua, o frio e o canto dos pássaros noturnos... são meus instantes de paz: só eu, meu drink e minhas drogas alternativas.
Mas me falta algo, talvez meu Rock'n'Roll, talvez alguém, talvez nada.

'Pensamento Desnecessário #32

Escrevo pra não pensar nos meus medos, pra não ser muito tarde nem muito cedo, pra provar de um sentimento misto. Escrevo pra fazer companhia ao meu papel. Escrevo meus desejos em linhas tortas e... afinal, o que tem de errado nisso?'

'Pensamento Desnecessário #31

Noite gélida, céu magnificamente limpo e estrelado. Cessa a chuva que outrora cia constante. Imagino sua companhia ao olhar a solidão do meu quarto. Te vejo entrando pela porta com flores nas mãos; Te vejo entrando com um belo vinho; Te vejo até trazendo ursinhos de pelúcia.. Te sinto tocar em meus cabelos, em meu corpo, me abraçando.. Te levo em meus pensamentos ao vagar pelas madrugadas a cada fuga do sol, e até mesmo nas palavras que derramo sobre o papel. Ninguém morre enquanto permanece vivo na memória de alguém.. Lembranças ávidas..
"Então eu serei pra você um pouco de tudo, o tudo do nada, serei o tempo que passou e simplesmente virou uma página na memória. A morte é uma viagem, um momento tão único como a vida, não vejo como fim nem como começo, mas um ponto de descanso até a hora em que nos encontraremos novamente."

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

'Momento Ultra-Romântico

Lembrança de Morrer 
         Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.



E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
[...]


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

'Pensamento Desnecessário #30

Quem sou afinal? Sou o bem ou o mal ? A causa ou a cura? Sou a ajuda ou o empasse? A dúvida ou a certeza? O desapego ou o desejo? Quem sou pra você ?

Sei quem sou, pra onde quero ir, o que devo ou não fazer... tenho consciência dos meus defeitos mas também das minhas qualidades. E principalmente sei que sou mais, bem mais do que você enxerga... Mas a questão é quem sou pra você, que papel tenho na sua vida e quem você quer que eu seja? Em que lugar você me designa?..
Sinto que você tem-me como uma decepção, um desejo que desapegou, que não sou mais a cura e sim a causa, o lado escuro da lua. Claro que sei que provavelmente tenha provocado isso, ajudado-te a me impor o lugar que ocupo neste momento em sua existência, e talvez eu mereça por deixar que o orgulho me impeça de mudar as coisas. To da essa situação me trouxe um imenso aperto no peito ao pensar em nós, estou sufocada pelo sentimento que desenvolvi e me faz definitivamente não permitir nenhuma lágrima rolar minha face, tendo nela seu nome. Doce ilusão...